Essa é aquela pergunta que sempre surge na roda de conversa. Afinal, os bancos digitais têm mesmo maior rendimento de CDI? E os bancos tradicionais?
Eu vou explicar tudo isso neste artigo. Mas antes, vamos entender juntos do que se trata o CDI.
O CDI é o Certificado de Depósito Interbancário
Em outras palavras, é o empréstimo que os bancos fazem entre si para que, no final do dia, o saldo no caixa seja positivo.
E esse empréstimo é recorrente? Bastante! Por determinação do Banco Central, um banco jamais pode encerrar o dia com saldo negativo. Um dia em que sai mais dinheiro do que entra, por exemplo.
Então, para seguir essa regra, os bancos realizam empréstimos entre si. É aqui que entra a Taxa CDI. Basicamente, ela é uma taxa de juros, que diz quanto os bancos que emprestam vão ganhar com essa transação.
Como a taxa é calculada?
A taxa CDI varia todos os dias. Aliás, ela é divulgada pela Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (Cetip), a empresa que registra essas transações entre os bancos.
As taxas são prefixadas, uma vez que esses empréstimos acontecem todos os dias. Além disso, há a CDI Over, que é uma média dessas taxas diárias.
O cálculo que indica a rentabilidade anual da CDI é feito, portanto, da seguinte forma: a CDI Over diária é convertida em uma taxa anualizada, com base nos aproximadamente 252 úteis do ano.
E como o CDI afeta o seu dinheiro?
Nem eu, nem você, nem ninguém pode investir diretamente no CDI. Mesmo assim, a taxa afeta o seu dinheiro.
Como? Resumidamente, os bancos e instituições financeiras usam essa taxa para regular alguns tipos de investimentos. O CDB, o LCI, o LCA e o LC são as principais modalidades afetadas por essa taxa.
A taxa afeta esses investimentos assim: em 2019, por exemplo, o CDI era de 5,9% ao ano. Isso significa que o dinheiro aplicado em 2019 nas modalidades afetadas pela taxa também renderam essa porcentagem.
Os bancos digitais pagam mesmo 100% do CDI?
Às vezes, até mais que isso. Até janeiro desse ano, por exemplo, o PicPay chegou a pagar 210% de taxa. Hoje, paga “apenas” 150%. Já o Nubank paga 100% do CDI para aqueles que possuem uma Nuconta.
E por que isso acontece? Não é novidade para ninguém que os bancos digitais estão com tudo. Na batalha para conquistar clientes que passaram a vida toda em bancos tradicionais, a oferta de benefícios é grande. Um deles é a taxa alta de CDI.
Além disso, essas instituições financeiras foram muito capitalizadas nos últimos anos. Dessa forma, sobram recursos para ofertar esse tipo de vantagem na batalha pelos clientes.
Como a concorrência veio forte, os bancos tradicionais não se permitiram ficar para trás. Antigamente, grande parte desses bancos pagavam menos de 90% do CDI. Hoje, temos alguns exemplos como o Itaú, que conta com aplicações que pagam 100% da taxa.
E quem garante a segurança dessas aplicações?
O receio de perder dinheiro é inerente ao ato de investir. Felizmente, todos nós podemos contar com alguma segurança, mesmo quando se trata de rendimentos pelo CDI.
Cada instituição financeira tem suas políticas e o fator segurança é algo que deve ser observado sempre.
Em geral, as aplicações são garantidas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Dessa forma, o seu dinheiro está protegido, com uma garantia de até R$250.000,00. Algumas instituições também garantem a segurança dos clientes por meio da aplicação no Tesouro Público.
Como fazer boas escolhas de investimento usando a CDI?
A lógica é a seguinte: se a CDI está alta, logo, a rentabilidade também vai estar. Entretanto, o aumento dessa taxa significa também que o custo do dinheiro está maior e a economia não está bem.
Se o CDI está baixo, então, os investimentos prefixados mantêm a taxa, o que pode ser uma boa escolha para você, investidor.
De qualquer forma, a recomendação é que você sempre analise suas necessidades, objetivos, taxas de cada instituição financeira e momento econômico antes de investir.