Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 1,2% no primeiro trimestre deste ano. A comparação, é claro, é feita com o primeiro trimestre do ano passado.
O momento de otimismo refletiu na Bolsa de Valores. No 1º dia de junho, por exemplo, ela operou em alta de 1,50%, ultrapassando os 128.000 pontos – marca conhecida por ser o maior nível da B3.
Rumo à recuperação econômica causada pela Covid-19 – que, inclusive, ainda assola o país, as boas novas trouxeram grandes expectativas para os investidores.
O que o PIB tem a ver com a Bolsa de Valores?
Primeiro, é preciso relembrar brevemente o conceito de PIB. Resumidamente, é o total de tudo que é produzido no Brasil, entre bens e serviços gerais. Ou seja: todos os setores econômicos entram nessa conta. Por essa razão, o PIB é um indicador confiável da economia do país.
Quando o PIB está alto, pode ser relacionado com o crescimento das empresas. Dessa forma, os investimentos de renda variável fazem muitos olhos brilharem. Entretanto, é preciso ter cuidado. Às vezes, o PIB sobe por causa das despesas e dos investimentos do governo. Ao mesmo tempo, a Bolsa de Valores pode ser afetada por outros fatores além desse indicador.
Dessa vez, contudo, com os lucros das empresas subindo, a B3 tem sido outra vez o centro das atenções. Depois de um período de conservadorismo, no qual investir em renda variável deixou de ser uma opção para muitos, ações voltaram a ser consideradas.
Quais são as expectativas agora?
Nos últimos meses, muitas empresas fizeram Ofertas Públicas Iniciais (IPOs). Isso significa, em resumo, que elas disponibilizaram ações no mercado pela primeira vez. Com tanta incerteza, elas foram pouco exploradas.
Agora, entretanto, com esse novo fôlego, agora pode ser o momento de analisá-las com olhos mais gentis.
A agropecuária, por exemplo, cresceu notoriamente – principalmente pelo ciclo de commodities. Assim como a indústria e o setor de serviços. Além disso, o setor de turismo e comércio de rua muito provavelmente também apresentará melhoras futuras.
Mesmo assim, o momento ainda pede análise
Temos razões para ficarmos otimistas? Temos, sim. Entretanto, é fundamental lembrarmos que a pandemia e todas as suas consequências econômicas ainda estão aí. Logo, antes de investir, você precisa analisar sua decisão muito bem.
Essa segurada é necessária pelo fato de que a capitalização de empresas com o PIB nem sempre é positiva. Aqui, falamos inclusive a nível mundial. Em outras palavras, não é um problema exclusivo do Brasil.
E o que isso significa, em termos mais simples? Se a retomada for muito rápida, haverá inflação. Por consequência, haveria um aumento da taxa de juros, mais alto do que imaginamos.
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), espera-se que o PIB cresça, ainda, 3,7% este ano. Já para 2022, a previsão é de 2,5% de crescimento. Tudo isso baseado na expectativa da retomada do comércio e do consumo das famílias no restante do ano.
O crescimento do PIB, afinal, pode ser sim benéfico para investidores. Entretanto, antes de tomar qualquer decisão, não economize tempo em estudar a ação desejada. Afinal, o mercado financeiro pode mudar a qualquer momento. Especialmente quando estamos passando por um momento tão generalizadamente delicado.