O Banco Central chegou com dados bastante interessantes sobre a caderneta de poupança de março. Nesse mês, foi registrada a saída líquida de 3,524 bilhões de reais. Em todo o ano de 2021, o resgate chegou a 27,542 bilhões.
Em resumo, podemos concluir que, no que diz respeito à poupança, há mais dinheiro saindo do que entrando. Por quê?
A crise tem feito o brasileiro quebrar o cofre
A pandemia de Covid-19 já faz parte da nossa rotina há mais de um ano. Por isso, é desnecessário lembrar que há meses enfrentamos uma crise gigante em nossas vidas.
As finanças obviamente foram afetadas também. Com os preços dos produtos subindo e os empregos sendo perdidos, muita gente precisou apelar para o que havia na poupança.
Aqui, podemos nos aventurar um pouquinho na forma como os brasileiros enxergam a poupança. Apesar de render pouco, é fato de que algum dinheiro a mais é ganho e que este é um lugar relativamente seguro para deixar o dinheiro.
Mesmo assim, não é de hoje que a poupança não é vista como forma de investimento. É, de forma geral, apenas um meio para deixar algum dinheiro “para depois”.
Inclusive, muitas pessoas não entendem como os prazos da poupança funcionam – quando o dinheiro pode ser retirado para que renda, por exemplo.
Essa forma como a poupança é vista nos leva a outro ponto:
A importância de ter uma reserva de emergência
Eu falo bastante sobre a reserva de emergência. Aliás, defendo que ter uma é um dos principais passos de quem deseja se tornar um investidor.
Se você está entre as pessoas que tirou dinheiro da poupança nos últimos meses, eu aconselho você a começar uma reserva de emergência – de acordo com a sua realidade, é claro.
A reserva existe para essa exata finalidade: contornar imprevistos. Ninguém espera que nada de ruim aconteça. Ninguém quer levar prejuízos. Mas caso ocorra – e isso é bem possível, estamos preparados.
Como eu disse, você deve montar a sua reserva de acordo com a sua realidade. Entretanto, eu tenho algumas considerações para servir de guia para você:
- Se você é trabalhador de carteira assinada, tente acumular um valor que corresponda a 6 meses dos seus gastos;
- Se for autônomo, o valor deve corresponder a 12 meses.
Os dados do Banco Central confirmam: a vida é cheia de imprevistos. Talvez você não queira usar o dinheiro que está na sua poupança. Porém, cedo ou tarde, é possível que você precise fazer isso.
Estariam as pessoas investindo mais?
Além da crise, temos ainda outro fator a considerar: a popularização dos investimentos. Cada vez temos mais pessoas interessadas em começar a investir. Por consequência, temos também cada vez mais pessoas entendendo que uma poupança não é a opção mais rentável para isso.
Dentre todo esse dinheiro da retirada de março, haveria algum que se originou do ímpeto de fazer uma opção melhor de investimento? É uma possibilidade.
Inclusive, muita gente “investe” na poupança por puro medo. É por isso que eu também gosto de lembrar que, para os iniciantes, há opções de investimento tão seguras quanto a poupança, mas que rendem mais.
Seja qual for a razão, é importante que as pessoas comecem a entender melhor a poupança. Afinal, ela é, sim, uma opção para guardar uma reserva de emergência, mas ainda temos melhores meios para isso. Concorda?
1 comentário