Após 6 anos de manutenção ou queda, a Taxa Selic, até então estagnada em 2%, finalmente recebeu um aumento. Agora, ela está em 2,75% ao ano.
O aumento foi divulgado no dia 17 de março pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e surpreendeu muita gente. Afinal, a especulação antes da nova Taxa era de que o aumento seria de aproximadamente 0,5%.
O que é a Taxa Selic?
Nenhum mistério aqui: a Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. E por ser a taxa básica, ela naturalmente afeta todas as outras taxas de juros do país.
Ou seja, quando ela é mantida estagnada, ou sofre aumento ou redução, as taxas cobradas em empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras são afetadas também.
E quem regula essa Taxa?
Lá no começo do artigo eu falei do Copom. Lembra? A cada 45 dias, esse comitê se reúne para decidir o que acontece com a Taxa Selic. Em outras palavras, se ela vai aumentar, diminuir ou continuar estável.
O Copom, aliás, é um órgão do Banco Central. E o seu objetivo no país é justamente esse: analisar e estabelecer critérios importantes para a nossa economia.
Implementar a política monetária e analisar o Relatório de Inflação são alguns exemplos do que o Copom faz. Estabelecer a meta da Taxa Selic também, é claro. Afinal, é por causa dela que estamos aqui hoje, certo?
O que justifica o aumento?
A essa altura, não deve ser uma novidade que o brasileiro tem desfrutado do melhor custo de vida já visto. O preço dos alimentos, por exemplo, subiu bastante.
Assim, temos a inflação como um dos principais causadores de dificuldades econômicas no país. E é aí que entra o aumento da Taxa Selic. O seu aumento vem em uma tentativa de desacelerar a economia e conter a inflação. Este é, inclusive, o motivo pelo qual muita gente já acreditava que a Taxa iria finalmente subir.
Esse aumento já havia sido previsto. Quando o Banco Central diminui o valor da Selic, a intenção era aquecer a economia através do estímulo ao consumo. Isso resultaria, futuramente, em um aumento da inflação. Agora, estamos vivendo essa fase da inflação mais alta.
O que muda, na prática?
Quando qualquer mudança é feita na Taxa Selic, o que sofre mais efeitos? As taxas de juros. E isso vale para diversas taxas na economia: de empréstimo, financiamento e cartão de crédito, por exemplo.
É aqui, inclusive, que o consumo é desestimulado. Com as taxas mais caras, o acesso ao crédito fica bem mais difícil e menos atrativo. Basicamente, se a Taxa Selic está alta, todas as outras taxas também estarão. O crédito, portanto, ficará mais caro.
O mesmo vale para o oposto, é claro. Quando a Selic está baixa, as taxas de juros também são menores e o poder de compra é, consequentemente, maior.
Por outro lado, temos um benefício bastante atrativo para os investidores. Isso porque o aumento da Selic aumenta também o rendimento oferecido pelos investimentos de renda fixa.
Analisemos o exemplo do Tesouro Direto. Esta é uma forma conservadora de investimento, de renda fixa. Nela, você basicamente empresta seu dinheiro para servir de fluxo de caixa para o governo.
O governo, por sua vez, devolve esse dinheiro a você com juros. E que juros são esses? A Taxa Selic. Logo, o seu aumento representa um lucro a mais para aqueles que investem nesse tipo de modalidade.
Portanto, se você tem perfil conservador ou tem na renda fixa uma parte de sua cartela de investimentos, vale a pena ficar de olho nesse aumento e aprofundar nesse assunto.
E quanto ao futuro?
A cada 45 dias, há novas notícias sobre a Taxa Selic. Para a próxima mudança, outro aumento é esperado. Afinal, esse aumento atual já estava nos planos e a tendência é que outro aumento venha para estabilizar a inflação.
Por isso, por enquanto, para o futuro podemos esperar uma investida incisiva para diminuir a inflação. Os investidores, por sua vez, podem esperar mais uma vez um aumento nos lucros.
Entretanto, agora, 2,75% de juros é o que temos e nos resta aguardar as próximas atualizações.
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