Há algum tempo, escrevi um artigo aqui sobre o que é uma IPO. Hoje, entretanto, eu quero refletir um pouco sobre as vantagens de uma IPO para as empresas. Mas, primeiro, vamos refrescar a sua memória.
O que é uma IPO?
O conceito é, na verdade, bastante simples. Olha só: IPO significa Ofertas Públicas Iniciais. Quando uma empresa oferta uma ação pela primeira vez na Bolsa de Valores, está fazendo uma IPO. Você pode pensar em uma IPO como a estreia de uma empresa no mercado de ações.
Um exemplo bastante recente é a plataforma Enjoei. Conhece? É aquele site no qual usuários e marcas podem criar lojinhas próprias para vender produtos – artigos de moda, em sua maioria.
Ao estrear no mercado de ações, a Enjoei precificou sua ação em R$10,25. Ao todo, essa oferta movimentou R$1,13 bilhão para a empresa. Dessa forma, R$618,8 milhões vão para o caixa e R$515,88 milhões vão para os acionistas.
A Enjoei, aliás, não é exceção. Em 2020, a soma dos lucros de todas as empresas que estrearam na Bolsa brasileira resultou em 44 bilhões de reais. Dá uma olhada em alguns dos nomes que abriram IPOs (e quanto lucraram):
- Locaweb (empresa de hospedagem de sites): 1 bilhão;
- Petz (pet shop): 3 bilhões;
- Pague Menos (rede de farmácias): 858,9 milhões;
- Ambipar (empresa de gestão ambiental): 1,08 bilhão.
Quais os tipos de ofertas de um IPO?
As IPOs podem ser feitas de duas formas diferentes:
- Ofertas primárias: ofertas novas no mercado de ações, cujos recursos vão para o caixa da empresa para projetos de expansão;
- Ofertas secundárias: são as vendas das ações existentes. Os recursos, neste caso, vão para os proprietários ou sócios.
Por que abrir uma IPO?
No mercado financeiro, cada decisão que tomamos tem um objetivo principal em vista: lucro. Esta, obviamente, é uma das vantagens de abrir uma IPO.
Ao entrar na Bolsa de Valores, a captação de recursos de uma empresa aumenta consideravelmente. Por consequência, as possibilidades de crescimento e rentabilidade aumentam também.
Com o dinheiro que entra ao se anunciar ações públicas, é possível, por exemplo, definir estratégias para evoluir ainda mais.
Contudo, abrir uma IPO não traz apenas lucro. Veja algumas outras vantagens:
- Possibilidade de crescimento acelerado
Como mencionei, a captação de recursos faz com que bastante dinheiro entre para o caixa. Assim, é possível investir com mais gás em um projeto de expansão. Entretanto, saiba que é necessário um bom planejamento para levar tudo isso para a prática.
- Aumento da visibilidade da empresa
Os olhos de muitos investidores da Bolsa de Valores têm se voltado para empresas novas no mercado. Esses olhos, aliás, são variados: hoje, temos uma vastidão de investidores não apenas experientes, mas iniciantes também.
Ao abrir uma IPO, estes olhos se voltam para você também. Por consequência, a marca se torna mais visível dentro de sua área de atuação.
E quais são as desvantagens?
Abrir uma IPO vale, sim, a pena. Entretanto, toda decisão tem dois lados que devem ser analisados. Ao considerar essa estratégia, um empresário também precisa estar ciente que:
- O processo é burocrático: abrir uma IPO requer o acompanhamento de profissionais especializados no mercado financeiro. Afinal, para garantir a segurança da empresa, o processo de abertura não é tão simples assim;
- Uma empresa de capital aberto não tem sigilo em negociações: isso porque, ao abrir, a empresa está sujeita a muitas auditorias e regulamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, os acionistas também podem interferir em negociações, o que pode tornar alguns de seus detalhes públicos.
As IPOs têm feito os olhos dos investidores brilharem
Quando uma empresa com potencial oferta IPOs, é claro que os investidores se sentirão tentados. Voltemos ao exemplo da Enjoei. Não é de hoje que a plataforma se destaca no mercado. Assim, quando as ações foram anunciadas, muita gente não teve dúvidas ao acreditar que a tentativa valia a pena.
E se você pensa que esta é uma opção válida apenas para grandes marcas, está enganado. Empresas menores também podem apostar em IPOs. E a ideia é boa: a captação de recursos ajuda a empresa a crescer mais rápido. Isso, aliás, sem precisar se render às taxas dos bancos.
Nada mal, não acha?